O bispado do Pará, foi criado em 4 de março de 1719, pela bula Copiosus in misericórdia, tendo como primeiro bispo o carmelita Dom Bartolomeu do Pilar, sobre a criação da dita diocese, escreve Antônio Baena: “A capitania do Pará foi separada e desmembrada da diocese do Maranhão, e constituída em bispado sufragâneo ao Patriarcado de Lisboa… e a matriz de Nossa Senhora da Graça ereta com todos os direitos, honras, e privilégios, de que gozam as sés episcopais do reino. Igualmente lhe dá a saber o mesmo aviso que o soberano há determinado a fábrica de um vasto e custoso monumento para sede episcopal; cujas despesas e obreiros já a munificência regia tinha regulado para que esta nova basílica não fosse segunda na traça a nenhuma fora das correntes do Tejo. Agradece a câmera ao soberano a benignidade, que usou com seus vassalos do Pará elevando por seu moto próprio a matriz da cidade a catedral.”
Retornando ao ato de instalação da diocese, o primeiro bispo: “Toma posse no dia 21 de setembro com extremo jubilo veneração e estima cordial dos seus filhos espirituais. A rua solene procissão, que odoraram com flores e folhas aromáticas; as alcatifas de sede pendentes nas janelas; o arrumamento das companhias de infantaria; e o arco levantado no largo do Carmo junto a boca da rua do Norte; tudo foi demonstração pública de uma eximia alegria, e do quanto preservam o prelado. No dia subsequente ao da posse começaram as funções do culto divino na capela de São João Batista, onde o bispo colocou a sede de sua jurisdição porque a dita capela estava servindo de Paróquia da Senhora da Graça desde que a respectiva antiga igreja se achava derrida para se fabricar outra.”
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Trechos do Artigo: A criação do Bispado do Pará nos setecentos: A “pompa e circunstância” como modo de demarcar o lugar social da Igreja em uma sociedade do Antigo Regime – João Antônio Fonseca Lacerda Lima (Doutor em História Social da Amazônia – PPHIST/UFPA)
Foto: A lápide de Dom Bartolomeu encontra se em perfeito estado na sacristia da Igreja de Santo Alexandre. Nela se encontra o brasão e um texto em latim: Vivo qui fuit mortus Bartholomeus do Pilar ex ordine carmelitano primus episcopus paraensis sub hoc lapidi expectans expectat dominum obrit. Dic. O. Apr. An. 1733. (Tradução: Vivo, aquele que morrera, eu, Bartolomeu do Pilar da ordem do Carmelo, primeiro Bispo do Pará, sob esta lápide. Esperando, espera o Senhor. Faleceu, dia 9 de abril do ano de 1733.)
Matéria sugerida por: Clube dos Acólitos de São Tarcísio – Catedral de Belém