ABERTURA DO JUBILEU DE PRATA 1996 -2021
DA REINAUGURAÇÃO DO ÓRGÃO DA CATEDRAL DE BELÉM CAVAILLÉ COLL (1882)
No próximo dia 17 de junho de 2020, às 19h, a Catedral Metropolitana de Belém promoverá o Concerto de Abertura do Jubileu de Prata da Reinauguração do Órgão da Sé de Belém. O repertório contará com canções sacras eruditas, contemporâneas e populares. O concerto terá como organista, Paulo José Campos de Melo, Organista titular da Catedral de Belém desde a reinauguração do órgão e participação especial de: Alba Mariah, Andréia Pinheiro, Rita Cavalcante, Luciana Tavares e Eduardo Nascimento. Em virtude das recomendações atuais de saúde, o concerto não será aberto ao público, sendo transmitido pelo YouTube da Catedral de Belém: www.youtube.com/catedraldebelem. O grande Órgão de Tubos Cavaillé-Coll, construído pelo maior organeiro do mundo do século XIX, o francês Aristide Cavaillé-Coll é um instrumento musical de elevada importância para a história da Arquidiocese de Belém e para o Patrimônio Cultural do Estado do Pará. O concerto visa também, arrecadação de recursos financeiros para a manutenção da Catedral, e de suas obras sociais.
BREVE HISTÓRICO
Inaugurado, em primeira audição, no dia 9 de setembro de 1882 por dois organeiros e organistas franceses, Veerckamp e Moor, funcionou durante quase 70 anos. O Órgão foi comprado ao preço de 15 contos de réis por Dom Antônio de Macedo Costa – Bispo do Pará da época. A inauguração presidida D. Antônio de Macedo Costa, teve caráter solene. Foram convidadas as mais graduadas autoridades do Império do Brasil. O Órgão Cavaillé-Coll da Catedral, instalado no coro, mede 8m de altura por 5,5m de largura e 3,5m de profundidade. Possui 25 mil peças para funcionar dois manuais e pedaleira.
O jornal da época “A Constituição” noticiou o fato: “Este magnífico órgão foi mandado construir pelo nosso Prelado, em Paris, nas oficinas de Mr. Aristides Cavaillé Coll, o mesmo que fabricou os célebres órgãos da Basílica de São Dionísio, de Sta. Madalena, de São Vicente de Paulo, de Sta. Clotilde, da Trindade, de São Sulpício e de Nossa Senhora de Paris. Mede 5m. e 17 cms. de largura, 3,5 m. de fundo e 8,5 m. de altura. A caixa é de carvalho polido tendo as trombetas de metal. Compõe-se de duas peças distintas, contendo uma os tubos, foles e seus acessórios, e a outra os teclados, registros e pedais. Tem três teclados, sendo dois manuais e um pedal, de forma nova, igualmente de carvalho, com sustenidos feitos de pau das Ilhas. Os teclados manuais são também de carvalho, com placas de marfim e ébano. O órgão tem 22 registros manuais, distribuídos igual mente ao lado dos teclados, e mais 7 pedais, sendo o do centro o pedal EXPRESSO, e os outros comunicativos dos registros. No mecanismo geral notava-se muita simplicidade na transmissão do movimento dos teclados para as válvulas. O fole é feito pelo sistema de bombas com reservatórios reguladores. As vozes desse majestoso instrumento são extraordinárias, admirando-se a surdina (caixa de expressão) que imita a voz celeste humana, e até o trovão de efeito indestrutível. Incontestavelmente o órgão da Sé é o maior e melhor em todo o Brasil e o custo anda em quinze contos de réis. Seu construtor.elevou esse instrumento a urna perfeição até hoje inirnitável e desconhecida. Não tem competidor e nas exposições está sempre fora de concurso.” (In O Liberal, 1983, p.6). (KERR, Dorotéa Machado. Possíveis Causas do Declínio do órgão no Brasil. Rio de Janeiro, UFRJ, Escola de Música, 1985 – Anexo) – [republicado no jornal “O Liberal”, 1983]
O Grande Órgão ficou parado por 45 anos e ameaçava desabar. Em 1995, iniciou-se uma forte campanha em toda a cidade de Belém que perdurou o ano inteiro. A restauração aconteceu na França, por sugestão do então organista de Notre Dame de Paris. A Firma Theo Haerpfer de Boulay-França foi escolhida. A reinauguração, com a presença de autoridades, deu-se a 14 de junho de 1996, festa do Sagrado Coração de Jesus, sob a presidência de D. Vicente Joaquim Zico, arcebispo metropolitano. O órgão da Sé de Belém é o maior CAVAILLÉ-COLL da América Latina. A cidade de Belém viveu dias esplendorosos de cultura, por ocasião da reinauguração do Grande Órgão de Tubos Cavaillé-Coll, construído pelo maior organeiro do mundo, do século passado, Aristide Cavaillé-Coll. Os organistas da reinauguração foram Hans Bönish (alemão) e Paulo José Campos de Melo (paraense).
Atualmente, o Órgão Cavaillé Coll é executado nas liturgias semanais e nas solenidades da Catedral de Belém, e também em concertos durante o ano, com a participação de organistas nacionais e internacionais.
Para maiores informações:
Catedral de Belém: (91) 21213722 ou (91) 985591150 (Secretaria)
Côn. Roberto Cavalli Jr. (Cura da Sé)
Paulo José Campos de Melo (Organista Titular)
Eduardo Nascimento (Regente da “Schola Cantorum” – Coral da Catedral de Belém)
Tiago Pereira
Meu Deus…
Que presente nossa Cidade ganha em meio a toda essa situação!
Certamente vamos acompanhar!
ERICA SILVA ROCHA
O monsenhor Nelson Soares, então titular da Sé de Belém, foi o mentor e organizador incansável da campanha de 1995 pela restauração do Cavaillé Coll (meu pai Hugo de Oliveira Rocha, foi o intérprete dos restauradores franceses em Belém). O nome do Monsenhor Nelson merecia uma menção nesse texto. Sem ele, o órgão continuaria inativo e se deteriorando.