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128 ANOS DA DEDICAÇÃO DA IGREJA DA SÉ DO PARÁ – 2020

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128 ANOS DA DEDICAÇÃO DA IGREJA DA SÉ DO PARÁ – 2020

Autor: Cassio Pessoa Araújo

A Catedral Metropolitana de Belém, que tem o patrocínio de Nossa Senhora de Belém ou Santa Maria de Belém, padroeira da Cidade e da Arquidiocese de Belém do Pará é um dos mais belos templos do Brasil com a imponência da arquitetura, a arte religiosa e a riqueza sóbria do seu interior. Sua origem remota foi a pequena ermida coberta por palha que, Francisco Caldeira Castelo Branco, fez erguer no Forte do Presépio, em 1616, sob o orago de Nossa Senhora da Graça, e em 1617 esta pequena igreja é elevada a dignidade Paroquial e, logo após a elevação, é transferida para o local onde, atualmente, se encontra o templo.

Com a criação da Diocese de Belém do Pará (Dioecesis Belemensis de Para) em 04 de março de 1719, pelo Papa Clemente XI, por meio da bula Copiosus in Misericordia, surge então à necessidade da construção de uma Igreja Catedral para a nova Diocese. Sendo assim, em 1748, iniciou-se a construção da atual catedral, prosseguindo a obra até 1755, finalizada até o arco-cruzeiro. Em fevereiro do mesmo ano o então bispo do Pará D. Frei João Evangelista, em solene cerimônia assistido pelo cabido e demais ministros pertencentes à Catedral, benzeu a dita capela-mor. A partir deste período, o arquiteto italiano Antônio Landi, assumiu a obra entregando o templo praticamente pronto, sob linhas do estilo barroco-colonial e neoclássico, por volta do ano de 1774. 

Com a promessa de tornar a Igreja da Sé em um templo mais suntuoso ainda, o bispo do Pará, Dom Antônio de Macedo Costa, realizou inúmeras reformas no seu interior, como a construção deum retábulo para o novo altar-mor, altares colaterais e abóbadas, novos púlpitos, para vento, bancada ou cadeiral dos cônegos – estalas – e piso em mármore. O novo altar-mor, de mármore e alabastro, veio de Roma como oferta do Papa Pio IX, e foi esculpido por Lucas Carimini em estilo neoclássico. Os altares laterais expõem telas do pintor Domenico de Angelins e no centro do altar-mor onde, hoje, existe a pintura de Santa Maria de Belém, originalmente, teve lugar uma tela de Santa Maria da Graça (Mater Gratiae), do pintor Alexandrino de Carvalho. 

Na parede que passa atrás do Altar-mor, podemos encontrar os seguintes escritos:

DEO AETERNO IN HONOREM MARIAE VIRGINIS CUSTODIS DIOCESIS BELEMENSIS ANTONIUS DE MARCEDO COSTA EPISCOPUS VOTO SUSCEPTO FIERI IUSSIT EX MARMORIBUS PII IX P. M. MUNIFICENTIA ATTRIBUTIS IMPENSA SUA ET FIDELIUM AC SUFFRAGANTE LIBERALITATE IMPER. PETRI II AUG. ET PRAEFECTORUM REIPUBLICAE AC PROVINCIALI BELEMENSIUM ASMINISTRANDAE OPUS ABSOLUTUM EST ROMAE ANNO QUI INITTI VACTIC. CONCILII CELEBRATIONEM EXCEPTIT.

MDCCCLXX

EQUES LUCAS CARIMINI ARCH, ET SCULPT.

OU:

A DEUS ETERNO, EM HONRA DE MARIA VIRGEM PADROEIRA DA DIOCESE DE BELÉM. EM CUMPRIMENTO DE VOTO MANDOU FAZER O BISPO ANTÔNIO DE MACEDO COSTA, COM MÁRMORE DOADO, EM PARTE, PELA MUNIFICÊNCIA DO SUMO PONTIFICE PIO IX, DOS FIÉIS E POR LIBERDADE DO AUGUSTO IMPERADOR PEDRO II E DOS ADMINISTRADORES DA PROVINCIA DO PARÁ E DE BELÉM. TRABALHO CONCLUÍDO EM ROMA NO ANO DA CELEBRAÇÃO DO ENCERRAMENTO DO CONCILIO VATICANO.

1870

CAVALHEIRO LUCAS CARIMINI – ARQUITETO E ESCULTOR.

As capelas do transepto estão sob a invocação de Nossa Senhora da Graça e do Santíssimo Sacramento (Sagrado Coração de Jesus) e seus altares acompanham o mármore e o estilo neoclássico do altar-mor. E também, foi encomendado um grande órgão, da oficina do francês Aristide Cavaillé-Coll, instalado em 1882, tornando-se o maior órgão desta oficina na América Latina.

A grande obra de embelezamento iniciada no ano 1881, tem sua conclusão em 1892, já no governo pastoral de Dom Jerônymo Thomé da Silva, que anunciou a reinauguração e dedicação da Igreja da Sé, para o dia 30 de abril do mesmo ano, abrindo, assim, as solenidades que duraram até o dia 31 de maio, dedicando um mês inteiro, em louvor à Virgem das virgens, Maria, Mãe de Deus e Mãe nossa. E em 01 de maio de 1906 o Bispado do Pará foi elevado pelo Papa Pio X à Arquidiocese de Belém do Pará (Archidioecesis Belemensis de Pará) através da bula Sempiternum Humani Generis.

De 1892 para cá, são 128 anos da dedicação deste templo, que hoje podemos contemplar a magnífica obra de valor artístico e religioso. Esta mesma Igreja Paroquial que, cumulativamente, exerce o titulo de Igreja Catedral de nossa Arquidiocese, se constitui como uma sentinela constante da fé do nosso povo, que sempre olhando para o horizonte, vislumbra um novo ser Igreja. 

Que sob a proteção de Santa Maria de Belém e Santa Maria da Graça a chama da Fé jamais desapareça e se revigore continuamente, para continuar a evangelização em nossas terras amazônicas.

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Fontes: LEAL, Américo Leal. A Igreja da Sé. Belém: Falangola editora, 1979. ROCHA, Hugo de Oliveira. A Catedral de Belém. Belém: Falangola editora, 1992.

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